Internet e saúde: Você já pensou que ela pode ser uma aliada ou vilã?
A tecnologia fascina o homem. Smartphones, televisões inteligentes tablets e similares encantam desde crianças até idosos. Muitos já não conseguem imaginar a vida sem esses aparelhos eletrônicos.
Enquanto isso, a comunidade médica se vê diante de um novo problema. Este artigo traz informações e dicas importantes para convivermos bem com o mundo conectado.
A internet é nossa amiga ou inimiga? Até que ponto o uso desses dispositivos é seguro para a nossa saúde?
No post de hoje vamos compartilhar com você a opinião de especialistas sobre a questão e como se prevenir de doenças relacionadas ao uso excessivo da internet.
Início da internet no Brasil
A primeira conexão online em nosso país ocorreu no ano de 1988. Uma parceria entre a Universidade de Maryland e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) estabeleceu uma conectividade de 9600 bits por segundo.
Se, em um primeiro momento, o uso acadêmico da rede mundial de computadores era o que movia as pesquisas, isso logo mudou.
Após anos de estudo e pesquisa, a nova forma de se comunicar rompeu as barreiras universitárias e começou a entrar na vida do cidadão comum.
Em 1994, a Embratel selecionou 5000 usuários para testar o serviço de internet. Dois anos depois, Gilberto Gil lançou sua música na internet e conversou com usuários online, marcando o início do entretenimento usando este universo virtual.
Popularização da rede
Em um primeiro momento, a internet era usada apenas para troca de e-mails e informações científicas e militares. As páginas web ainda não existiam, tampouco os smartphones.
Somente depois dos anos 2000, os sites e blogs se popularizaram e, na última década, o uso de smartphones e de redes sociais transformou a rede em sinônimo de diversão e de comodidade.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estuda a evolução do acesso a novas tecnologias pela população no levantamento da Pesquisa Nacional da Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C).
Os dados recentes da Pnad C pesquisaram o número de indivíduos a partir de 10 anos de idade que tinham contato com celulares e internet.
Segundo a pesquisa por amostragem, estima-se que mais de 64% da população possui acesso diário à rede. Em um país tão grande como o Brasil, isso quer dizer que 116 milhões de pessoas estão navegando neste momento na internet.
Esses números não param de crescer. O perfil atual está se modificando tão rapidamente que o próprio IBGE modificou a frequência de pesquisa para ser atualizada a cada três meses.
O que fazemos online?
A tela do celular é uma janela para o mundo. Essa quantidade de informações na palma da mão se tornou um filão na indústria de cinema e de diversão. Quando está conectado, o internauta gosta de:
• Ver TV;
• Assistir episódios de seriados de sucesso;
• Pesquisar trailers e filmes;
• Compartilhar fotos e vídeos nas mídias sociais como Instagram e YouTube;
• Conversar gratuitamente e fazer videoconferências;
• Escrever mensagens de texto via WhatsApp.
E, apesar da crise, o setor continua a se desenvolver. Em épocas como o Natal e festas de fim de ano, as vendas de celulares são significativas já que essa é uma opção de presente para qualquer membro da família.
Riscos do celular para a saúde
O celular, aparentemente inofensivo, pode ser o causador de diversos problemas à saúde humana. Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o aparelho na lista de itens possivelmente cancerígenos.
A quantidade de metais pesados na sua composição pode entrar em contato com o usuário e causar câncer no cérebro.
Os riscos podem acontecer a partir de meia hora de uso do aparelho durante um período de dez anos.
Sabendo que a maioria das pessoas utiliza os smartphones para estudar e trabalhar todos os dias, evitar o contato com eles é tarefa difícil.
Se você pensa que este é o único problema que o uso da internet, seja através dos PCs ou dos celulares pode trazer, está enganado. Há muito mais! Confira:
• Problemas na coluna
O uso do celular por um longo período causa tensão na região cervical. A região da musculatura dorsal também é afetada, causando espasmos e contratura muscular. O sintoma mais comum é dor de cabeça na nuca.
A posição tradicional de olhar o aparelho de cima para baixo não é a mais confortável. O ideal é levantar o smartphone e deixar o dispositivo na altura dos olhos.
As horas sentado para assistir filmes ou passar de fase nos games causam prejuízo aos músculos e articulações.
Para tratar, além da diminuição do uso dos aparelhos é necessário usar medicamentos e fazer sessões de fisioterapia para realinhar a estrutura corporal.
• Miopia e Hipermetropia
A saúde dos olhos é afetada diretamente pelo uso dos dispositivos eletrônicos. Internautas podem ter seu grau de miopia e hipermetropia aumentado em razão do esforço visual por estar muito tempo na frente da tela do PC, celular ou tablet.
Cansaço visual e ardor dos olhos são os sinais de alerta de que o sistema ocular emite para avisar que é hora de parar. A lubrificação natural dos olhos acontece quando piscamos, porém, ao olhar fixamente para a tela do computador ou televisão esse movimento fica menos frequente, obrigando o olho a focar várias vezes para enxergarmos corretamente.
A luz emitida pela tela pode aumentar sintomas de fotofobia e causar dores de cabeça em algumas pessoas sensíveis à luz.
• Zumbido no ouvido
A Universidade de Viena descobriu que o uso de celular por mais de dez minutos por dia pode aumentar em até 70% a chance de desenvolver zumbido crônico.
Isso acontece principalmente devido ao uso dos aparelhos para ouvir músicas ou qualquer outro tipo de áudio.
• Infertilidade masculina
O fato de o homem levar o aparelho no bolso, próximo aos testículos pode afetar as características reprodutivas.
Em estudo do Centro de Pesquisa Reprodutiva dos Estados Unidos descobriu-se que 50% da produção de espermatozoides é afetada a partir das ondas emitidas pelo celular.
Apenas 4 horas já seriam suficientes para aumentar a temperatura dos testículos, o que é prejudicial ao esperma.
• Interferência em aparelhos de marca-passo
A Sociedade Brasileira de Cardiologia estuda os riscos dos smartphones para portadores de aparelhos no coração.
Os médicos afirmam que os aparelhos mais recentes são seguros e verificados por órgãos especializados em controle de emissão de ondas de rádio.
Porém recomenda-se que o celular não fique no bolso da camisa e que o manuseio seja sempre realizado pelo braço oposto àquele está o marca-passo para diminuir a proximidade dos dispositivos.
• Proliferação de bactérias
A tela do tablet e do smartphone precisa ser higienizada diariamente. Quando isso não é feito, vírus e bactérias podem se instalar no ambiente e trazer doenças ao usuário.
O biomédico Dr. Roberto Figueiredo, o Doutor Bactéria, realizou estudos comparativos entre a tela do aparelho eletrônico e outros itens considerados sujos.
Surpreendentemente chegou-se à conclusão de que pode haver mais agentes nocivos à saúde nos celulares do que em uma sola de sapatos.
Outro alerta foi emitido pela Craigavon Area Hospital Group Trust. O órgão Irlandês disse que internautas estariam mais vulneráveis a doenças como gripe e pneumonia pelo fato de segurarem o aparelho e, depois de uma troca de mensagens, passarem a mão em áreas como ouvido, boca, nariz e olhos.
Produtividade e vida profissional
O computador e o celular se tornaram ferramentas de trabalho na maioria das empresas. Líderes agendam reuniões, delegam funções e coordenam equipes em qualquer lugar do mundo com apenas um botão.
Se, financeiramente, essa realidade aumentou os lucros e transformou qualquer pessoa em um empreendedor em potencial, o lado do trabalhador ficou ainda mais difícil.
A jornada de trabalho estende-se além das oito horas diárias, a demanda por serviços e opiniões pode se estender para final de semana e feriados e o descanso fica comprometido.
Essa pressão por profissionais multitarefa causa danos ao sistema nervoso. Trabalhamos com máquinas, porém não temos a mesma velocidade que o computador possui para assimilar informações.
Os males mais comuns relacionados ao uso do aparelho no trabalho são:
• Transtornos de humor;
• Falta de concentração;
• Insônia;
• Irritabilidade;
• Lapsos de memória;
• Hiperatividade.
Os sintomas do TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade podem aparecer inclusive em pessoas sadias que não tinham histórico da doença antes do uso do aparelho.
Isso é preocupante, já que uma nova geração surgiu e está sendo exposta a esses aparelhos diariamente, às vezes sem supervisão de pais e responsáveis.
O trânsito e o celular
Talvez o maior perigo para a sociedade atual seja o uso do celular ao volante. O problema atinge não apenas o motorista imprudente, mas também passageiros e pedestres.
A Abramet – Associação Brasileira de Medicina do Tráfego aponta o uso de smartphones como o a terceira maior causa de acidentes fatais no Brasil. As mortes causadas pelo celular só ultrapassam os casos de imprudência por excesso de velocidade e ingestão de álcool pelo condutor.
Os dados são preocupantes: morrem 150 pessoas por dia nas rodovias e estradas por acidentes causados pelo uso do celular. Anualmente o número de vítimas estimado é de 54 mil.
Dirigir e atender ao telefone é proibido segundo o Código Nacional de Trânsito. A infração é gravíssima, gerando multa e a perda de sete pontos na carteira de habilitação tanto para carros quanto para motos.
Mesmo os condutores que respondem a ligações por meio de viva voz no aparelho, perdem a concentração ao volante, o que pode causar acidentes. Os sinistros ocorrem por causa da falta de atenção. O motorista que fala ao celular enquanto dirige:
• altera a velocidade média do veículo;
• comete infrações no trânsito sem perceber;
• demora para reagir em situações de perigo.
No caso de mensagens de texto, o perigo é ainda maior. São necessários 20 a 23 segundos para identificar o som da notificação, pegar o aparelho, desbloqueá-lo, ler e responder.
Segundo a Abramet isso equivale a condução do automóvel por aproximadamente quatro quarteirões em uma velocidade média de 60/km por hora. A probabilidade de encontrar alguma situação pelo trajeto como outros carros, animais e pedestres na pista é considerável.
Ciclistas e pedestres
Parece óbvio, porém alguns ciclistas pensam que podem atender chamadas enquanto pedalam. As entidades ligadas ao setor estão conscientizando os praticantes da atividade a evitar esse comportamento, mesmo quando usam fones de ouvido.
O condutor de bicicleta ao atender uma chamada perde o foco do percurso e pode ser atingido por veículos ou passar por buracos ou lombadas, correndo o risco de se acidentar com gravidade.
Andar na rua e trocar mensagens de texto é perigoso para o pedestre também. Em um eventual acidente, ele não possui nenhuma proteção em comparação ao ciclista, que usa capacete, e ao ocupante de automóvel, com cinto de segurança e air bag. O melhor é só usar o telefone em um local seguro e protegido de veículos.
O aumento da violência
As desigualdades e o momento de crise geraram um aumento nas estatísticas de roubo de celulares. Muitos ataques ocorrem justamente quando estamos na rua, assistindo a vídeos ou interagindo nas redes sociais.
Pessoas mal-intencionadas podem se aproximar e efetuar um assalto, pois os indivíduos estavam tão entretidos com a internet que não tiveram como se proteger.
Autoridades recomendam que se evite usar o celular em público, principalmente os modelos mais atuais. Cidades com grande número de habitantes, lideram os rankings de aparelhos roubados:
1. Rio de Janeiro;
2. São Paulo;
3. Distrito Federal;
4. Espírito Santo;
5. Rio Grande do Sul.
Saber usar a internet com sabedoria é uma luta diária. É impossível abolir o uso do smartphone da vida moderna, porém todo excesso deve ser evitado.
Passar um tempo presencialmente com amigos e família, praticar atividade física, ler e ter uma vida social fora do meio eletrônico é importante e vital para o bem-estar físico e mental.
Assim, além de garantir a sua segurança e de evitar doenças, você ainda vai ter boas experiências para contar quando estiver conectado aos grupos online. O equilíbrio entre o mundo off-line e virtual é o melhor caminho para ser feliz. Pratique!