Fake news. Como a modernidade pode ser prejudicial para sua saúde

Fake news. Como a modernidade pode ser prejudicial para sua saúde

Muito se fala em Fake News na atualidade. Foram diversas denúncias nas eleições americanas, aqui no Brasil também tivemos outras tantas manifestações a respeito. Você sabe o que é Fake News? Será que ela pode afetar sua Saúde? Se você acha que sim, preparamos este artigo especialmente para você.

Recentemente o Ministério da Saúde lançou um número de Whatsapp através do qual os usuários podem se informar a respeito de notícias supostamente verdadeiras em relação à cura de doenças.

A atitude foi tomada visto que as redes sociais viralizam conteúdos com rapidez, espalhando notícias enganosas que podem trazer males à saúde.

Uma vez que a pessoa vê uma notícia, pode acreditar que tal conteúdo é verdadeiro sem checar as informações que levaram a essa conclusão. Esse comportamento acaba potencializando o risco de epidemias e se torna um caso de saúde pública.

Outro dano que ainda está começando a ser pesquisado pelos médicos, são os efeitos emocionais que uma notícia falsa pode gerar no comportamento humano. E acredite: eles são muitos. Sem dúvida, pessoas pré-dispostas a males como depressão e ansiedade podem ter facilmente seu quadro agravado ao estar em um ambiente tóxico.

No post de hoje, a gente vai falar sobre as fake news e sua recente inserção no universo da saúde. Também iremos mostrar iniciativas para lidar com esse problema cibernético que tem ganhado proporções cada vez maiores. Leia o artigo até o final!

Qual é o percentual de brasileiros com acesso à internet?

A discussão sobre fake news se torna urgente no momento em que o Brasil possui 116 milhões de pessoas conectadas à internet. Esse é o equivalente a quase 65% da população jovem com idade acima de 10 anos.

Quem realizou o levantamento dos dados relacionados ao acesso à internet e celulares foi o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional da Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C).
A Pnad Contínua perguntou aos internautas qual o principal motivo de uso da rede. As principais atividades realizadas pelo povo brasileiro quando está conectado são:

• Assistir TV;
• Acompanhar episódios de seriados internacionais e nacionais;
• Ver filmes;
• Compartilhar imagens nas redes sociais como o Facebook;
• Realizar chamadas de áudio com apps;
• Trocar mensagens de texto.

Na Pnad anterior, o número de lares conectados à internet era de 57,5%. Considerando que o levantamento anterior foi em 2016, pode-se concluir que as tecnologias estão entrando rapidamente na vida das pessoas de todas as classes sociais.

Um aumento de 7% em apenas dois anos é bastante significativo ainda mais em um período de crise no qual milhares de pessoas perderam o emprego formal.

Isso torna mais difícil o acesso a eletrônicos que, na maioria das vezes, precisam ser parcelados em diversas prestações pois não são compatíveis com a renda média da população.
Ou seja, a predileção pela compra de um smartphone, tablet ou PC revela o quanto esse tipo de eletrônico é importante para o consumidor brasileiro.

Olhe só este material preparado pelo portal G1 sobre o assunto. Clique aqui

O acesso à internet pode ser um problema?

O brasileiro ainda está aprendendo a lidar com os efeitos do uso da internet.

Sem dúvida, há diversos pontos positivos, mas também há questões que precisam ser acompanhadas de perto, podendo se transformar em problemas. Conheça algumas delas:

A ausência de prática de atividade física regular

Não há como negar que o universo virtual tem atraído cada vez mais pessoas, seja através dos games, vídeos, redes sociais, etc.

Nesse sentido, muitos se sentem desestimulados a praticar atividade física, o que colabora para o desenvolvimento ou agravamento de problemas sérios de saúde.

É o caso, por exemplo, dos problemas cardiovasculares e da diabetes. Cresce a cada ano o número de pessoas acima do peso e que são sedentárias, encontrando tempo para suas atividades “virtuais”, mas não para o cuidado com a sua saúde e qualidade de vida.

Pensa que este é único problema de saúde que as novas tecnologias trouxeram? Não, isso é apenas o começo. Continue acompanhando.

A monetização que leva ao consumismo

O marketing que serve de pano de fundo para a monetização de conteúdos online através de propagandas gerou um efeito reverso. E, a longo prazo, isso também pode ser um problema.

O próprio Google, considerando nosso histórico de pesquisas, exibe em redes sociais, por exemplo, anúncios com oferta de produtos nos quais temos interesse.

Para aqueles que são ansiosos ou impulsivos, isso pode se tornar um problema, colaborando para a realização de compras desnecessárias ou até para um endividamento do usuário.

A longo prazo, este pode ser um problema para o planeta. Se cada um comprar mais do que precisa, a quantidade de lixo gerado aumentará exponencialmente, gerando uma questão ambiental ainda mais séria do que a que já vivenciamos hoje.

O desgaste causado pelas fake news

Nos últimos anos, presenciamos exemplos do melhor e do pior que o brasileiro pode fazer por meio do acesso à informação.

Um bom exemplo desse uso são os sites de vaquinhas online nos quais são arrecadados fundos para diversas causas nobres, como, por exemplo, ajudar no tratamento de pessoas portadoras de doenças graves.

Essas iniciativas possuem cada dia mais cliques e compartilhamentos para encontrar pessoas que sabem a importância de ajudar o próximo.

Por outro lado, frequentemente vemos episódios de ataques a perfis, incitação à violência, brigas em grupos e fóruns online e muito mais.

Especialistas acreditam que grande parte dessas situações poderiam ser evitadas se houvesse um controle sobre a fonte da informação compartilhada. Assim, seria possível deletar a informação fake antes que ela viralize.

Afinal, o que são e de onde vêm as fake News?

Segundo o dicionário Merriam-Webster, o termo fake news vem começou a ser usado nos anos de 1800. É a tradução literal do inglês dos vocábulos:

• Fake: falso, algo fabricado para parecer real.
• News: notícia, informação sobre algo ocorrido através da mídia impressa rádio ou tv.

Podemos ver que a notícia falsa começou no tempo em que havia somente o jornal como meio de propagação de informações para a comunidade.

Através dos séculos, as notícias tendenciosas migraram para o rádio, atingiram a televisão e explodiram na internet nos anos 2000.

A diferença aqui é que até então as notícias fake eram irrelevantes e logo eram desacreditadas através de veículos oficiais que sempre checavam a veracidade da informação antes de publicar algo.

A última eleição presidencial americana foi o episódio no qual o termo fake news começou a ser usado na internet com mais regularidade, despertando o interesse dos motores de busca, que detectaram algo diferente nos estados americanos.

O então candidato Donald Trump ganhou seguidores nas redes sociais que compartilhavam ideias e pensamentos atribuídos ao político como verdade. E isso gerou atritos com sua oponente.

Hoje, anos mais tarde, sabe-se que algumas informações não eram verdadeiras e foram compartilhadas apenas para causar agitação entre as pessoas e medo generalizado.

Porém, um boato online pode facilmente ter um tom de verdade e ser compartilhado por dias antes de a verificação ser feita pela mídia.

E esse crescimento vem se mostrando cada vez mais assustador, a ponto de exigir ações de órgãos do governo, como a que foi feita pelo Ministério da Saúde e citada no início do post.

O impacto das fake news na saúde

No Brasil, o Hospital Israelita Albert Einsten divulgou um manifesto no qual alerta a população sobre os riscos que uma notícia incorreta pode gerar à saúde pública. O problema vem atingindo proporções assustadoras.

O Dr. Sidney Klajner comenta que a pesquisa online para checar tratamento médicos ou diagnósticos é tão perigosa quanto a automedicação. Um diagnóstico incorreto ou uma notícia que amenize os sintomas que a pessoa está sentindo pode retardar uma consulta médica e agravar viroses e infecções.

E não é só isso: a Dra. Camila Magalhães alerta que o problema é maior que do que se pensa. Doenças que já estavam erradicadas, como a poliomielite, voltaram a fazer vítimas porque fake news desacreditaram a vacinação e levaram os pais a ter medo de vacinar seus filhos. O medo de uma reação alérgica à vacina acabou gerando algo muito pior.

Para evitar a proliferação de fake news, o Hospital Israelita Albert Einsten firmou uma parceria com o Google para checar a veracidade das notícias ligadas ao tratamento médico de diversas enfermidades.

Essa ação é mais uma iniciativa que pretende minimizar o problema. Em uma busca no Google, o site pretende direcionar o internauta a um card com as informações certas sobre sintomas e tratamentos disponíveis para as enfermidades comuns ao brasileiro.

Assim, obtendo as informações em uma fonte confiável, o usuário pode decidir com mais propriedade a urgência ou não de agendar uma consulta médica.

Por que acreditamos nas Fake News?

O Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo vem estudando os efeitos da crença nas fake news no cérebro dos internautas.

Quando acreditamos em uma informação, o sistema nervoso central combina os dados recebidos com a ideia de mundo que o indivíduo tem. É assim que, segundo os especialistas, qualquer pessoa pode, em algum momento, acabar espalhando algo noticioso sem perceber.

Ao surgir um fato novo, a primeira alternativa do cérebro é tomar como verdade a informação que parecer mais adequada ao mundo ideal do eu. Segundo pesquisa recente, quem compartilha uma fake news o faz pelos seguintes gatilhos mentais:

1. Comprovar uma crença pessoal;
2. Ajustar a realidade à visão de mundo individual;
3. Tentar convencer quem pensa diferente;
4. Ganhar destaque no grupo social.

O que preocupa os psiquiatras é que o indivíduo pode fazer isso mesmo sabendo que existe a probabilidade de o fato não ser verdadeiro. Neste caso, sua ação seria apenas para satisfazer o gatilho.

Notícias e emoções

Outro item que vem sendo analisado é a reação psicológica que podemos ter ao ler uma notícia.

Em tempos de crise, saber que a gasolina ou o gás de cozinha vai ser reajustado gera um estresse antes mesmo de a ação se tornar realidade. Ficamos felizes, tristes, ansiosos, deprimidos ou eufóricos diversas vezes durante o dia apenas ao olhar redes sociais ou notícias online.

As notícias chegam em uma velocidade maior do que o comum e nosso pensamento pode se perder em um mar de positividade ou pessimismo, o que afeta nossa mente, podendo causar doenças sérias e que necessitem de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico para serem tratadas.

Outro dado preocupante é a modificação da realidade apenas para conseguir likes e popularidade na internet. Muita gente acaba vivendo apenas para a sua audiência, o que pode ser perigoso.

Descobrir que sua realidade é diferente que se vê nos vídeos perfeitos do YouTube é mais sério do que parece e pode desencadear problemas sérios, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, bulimia, anorexia, etc.

Como se prevenir?

O usuário passa muito tempo online, porém, esse tempo nem sempre é de qualidade. É preciso saber gerenciar o uso da internet para que ele seja uma ferramenta positiva em nossa vida.
Isso inclui, quando necessário, limitar seu uso, pois a vida acontece fora da realidade virtual e é muito importante perceber isso, preocupando-se, por exemplo em viver mais o momento do que registrá-lo.

Quanto às fake news, é fundamental checar a origem das informações antes de passá-las adiante. Para isso, é essencial acessar sites confiáveis. Ao receber uma notícia, não se apavore ou fique eufórico antes de verificar sua veracidade. Isso evitará um desgaste emocional que pode ser desnecessário.

Ao buscar orientações que digam respeito a sua saúde nos buscadores, tenha em mente que nada substitui o acompanhamento de um especialista. Uma opinião médica é fundamental. Não adie a visita a um médico apenas porque o Google informou que você não tem nada grave.

Cuidar da saúde emocional é tão importante quanto manter a saúde física.
Agora que você já sabe que as fake news podem afetar a sua saúde emocional, pense bem da próxima vez que uma informação aparecer no seu celular e só depois decida se deve ou não a compartilhar.

Veja se aquele conteúdo é de fato relevante para os seus contatos. Assim você evita transtornos e tem a segurança de que está agindo para o seu bem-estar e das pessoas que convivem com você no mundo real ou virtual.

Cuide-se. Aproveite o momento do auge da informação para ser feliz e ter um estilo de vida saudável em todos os sentidos. Se você achou este artigo interessante, compartilhe em suas redes sociais.

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